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Orientações sobre a doença. Prefeitura de São José dos Campos

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Práticas pedagógicas com a Khan Academy - professora Talita da EMEF Maria Ofélia.

Khan-Academy-Pelo-Brasil

Aluna Luany da EMEF Maria Ofélia - uso da Plataforma Khan Academy.

Canal-LEDI

O Canal LEDI no youtube tem por objetivos disseminar a cultura digital e dinamizar o trabalho pedagógico coletivo em ambiente virtual dos educadores da rede municipal.

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Vídeo promovido pela UNICEF que nos provoca a refletir sobre o Ciberbullying:

Fututa

Participação especial da Secretaria de Educação e Cidadania / LEDI no episódio Contexto Digital exibido pelo Canal Futura, lançado pela TV UNITAU com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa, Tecnologia e Inovação (Fapeti) da Universidade de Taubaté (UNITAU) em parceria com o Canal Futura, da Fundação Roberto Marinho, e Fundação Paulo Montenegro/IBOPE.

Uso das linguagens tecnológicas e digitais

Plataforma Khan - Escola Mercedes Rachid

Qual-professora-voc

Quiz: Descubra qual a prática pedagógica que mais combina com você !



quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Tecnologia: um guia para escolher bem



Do bom-dia ao boa-noite, o cotidiano da professora Sayonara Ribeiro, de Lavras, a 240 quilômetros de Belo Horizonte, é cercado de tecnologia. Ela desperta com o smartphone e, no café, acessa e-mails e lê notícias na web. Depois, como ninguém é de ferro, dá uma espiada no Facebook. E, para o planejamento escolar, Google e Word são companheiros inseparáveis.

Talvez você seja ainda mais plugado. É natural, portanto, pensar em levar esses recursos para a aula. Pressões não faltam: de um lado, 82% dos alunos navegam na internet ao menos uma vez por semana, informa a pesquisa TIC Educação 2013. De outro, segundo a mesma sondagem, 95% das escolas têm acesso à rede. Mesmo desconfiada, Sayonara aderiu à tendência. "Comecei usando as novas ferramentas nos mesmos moldes de antigas tecnologias. O PowerPoint substituiu o projetor de slides. Mas eu me incomodava. Queria mais."

O incômodo - que também pode ser o seu - tem a ver com uma pergunta de ouro: a tecnologia que você pretende usar vai melhorar o aprendizado do conteúdo que quer ensinar?

A resposta precisa ser sim. Idealmente, a tecnologia leva os alunos a aprender coisas que, sem ela, não aprenderiam. "Ela deve contribuir para um estudante ativo, criativo e que trabalhe em equipe", avalia Marta Voelcker, especialista em Informática na Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Lecionar assim é desafiante. Significa trocar o antigo papel de único detentor da informação pelo de orientador dos processos de descoberta. Não se trata, porém, de uma perda de importância. "A tecnologia não substitui o professor. Ela o coloca em outro patamar. Ele tem que ser mais reflexivo e consciente dos processos de pesquisa e investigação para ensinar", afirma Patricia Diaz, diretora de desenvolvimento educacional da Comunidade Educativa Cedac.

Outro receio é a constatação - real - de que os alunos têm mais familiaridade com os dispositivos digitais. Não se intimide. Lembre-se de que qualquer recurso em sala se soma ao conhecimento didático que só você possui sobre sua área ou disciplina. Por essa razão, vale seguir a recomendação da especialista argentina Delia Lerner no artigo La Incorporación de las TIC en el Aula. Para utilizar as tecnologias, o professor precisa treinar como usuário, explorando os recursos básicos das ferramentas, e, mais importante, deve preparar-se bem para aplicá-las em situações didáticas.

As próximas páginas trazem sugestões de uso em sala dos 13 mais populares recursos digitais do dia a dia, esquadrinhados por 17 especialistas em tecnologia da Educação e nas mais variadas disciplinas (veja a lista completa de fontes na última página). Para completar, três professores - uma delas a própria Sayonara, citada no começo desta reportagem - ilustram como se apropriar das ferramentas para transformar a prática pedagógica. A reflexão e o planejamento deles é o componente humano de que a tecnologia necessita para cumprir a promessa de ajudar no aprendizado.

 1. Google




Potencial de uso em aula: Alto.
O que trouxe de novo: google.com já virou sinônimo de pesquisa na internet. O acesso fácil e a grande oferta de informações alteram a função do professor. Ele deve, entre outras coisas, ajudar os alunos a construir uma atitude crítica em relação à avalanche de conteúdos disponíveis na rede. No artigo La Metamorfosis Digital: Cambios, Ventajas e Riesgos de Leer y Escribir en La Red, o pesquisador espanhol Daniel Cassany faz a analogia entre pesquisar na internet e conversar com um desconhecido na rua: para termos certeza de que não estamos sendo enganados, é preciso que tomemos algumas precauções. Tudo o que está na internet é verdade? Existem páginas mais confiáveis que outras? Quais são os critérios para encontrar uma boa fonte de pesquisa? O primeiro resultado de busca é sempre o mais relevante?
O que você precisa saber: É aconselhável ter um domínio razoável da ferramenta para instruir os alunos a refinar suas pesquisas com a definição de palavras-chave e a utilização de diferentes sinais gráficos. As aspas, que restringem os resultados, são fundamentais (veja outras estratégias). Ainda mais importante é instruir a garotada a reconhecer e a utilizar fontes confiáveis - nas quais seja possível identificar a autoria dos textos e diferenciar fatos de opiniões -, comparar informações de diferentes fontes e, ao incorporar dados aos textos, discutir questões como citação, cópia e plágio.
Cuidados ao usar: A pesquisa é uma importante etapa de uma sequência ou projeto didático, mas não pode ser um fim em si mesma. Ela é apenas o ponto de partida, um recurso para os alunos se apropriarem de informações que deverão ser articuladas com saberes prévios e informações provenientes de fontes offline.
Ferramentas similares: Bing e Yahoo!.

Pesquisar, encontrar - e não copiar!

As grandes navegações e o descobrimento do Brasil eram os conteúdos que a professora Sayonara Ribeiro, de História, tinha previsto em seu planejamento para trabalhar com o 7º ano da EM Padre Dehon, em Lavras, a 240 quilômetros de Belo Horizonte. Para enriquecer a compreensão sobre o período, a educadora colocou os alunos para pesquisar na internet sobre as motivações dos navegantes, seus temores e expectativas acerca das viagens oceânicas e a vida em alto-mar. Organizados em duplas ou trios, os estudantes foram convidados a usar livremente o Google para encontrar informações que ajudassem a responder às questões. De cara, Sayonara notou que muitos alunos digitavam perguntas no campo de busca (por exemplo, "quais as motivações dos navegantes?") esperando obter respostas prontas. Outros utilizavam uma única fonte para elaborar seus textos. Era a deixa para falar sobre a definição de palavras-chave, a identificação de fontes confiáveis e a necessidade de ler o material pesquisado para selecionar as informações procuradas. O debate deu resultado. Ao levantar informações sobre os índios que habitavam Minas Gerais na época do descobrimento, os resultados de pesquisa ganharam em precisão, mas permanecia um problema: a cópia - o que, àquela altura do trabalho, não era mais aceitável. Faltava cruzar as fontes de pesquisa e tentar produzir uma síntese com as próprias palavras. "Tive de devolver algumas produções. Expliquei para o aluno que o texto entregue estava restrito à pesquisa. Deixei claro que ele ainda precisava escrever o que tinha entendido daquelas informações", conta.


2. Facebook

Potencial de uso em aula: Médio.
O que trouxe de novo: A facilidade em acessar informações e o apelo que o facebook.com tem sobre os jovens podem ajudar a ampliar o contato do estudante com o saber para muito além do tempo de aula. No entanto, a concorrência com a interação social e o acesso a todo tipo de conteúdo pode se converter em uma grande barreira. É comum que os alunos estudem em casa com o Facebook aberto e recorram uns aos outros durante a realização das tarefas. Caso se sinta à vontade, o professor pode se valer disso para criar grupos de estudo ou de debate e tirar dúvidas dos alunos. As discussões online também podem ser contempladas no planejamento das atividades com o levantamento de conhecimentos prévios e das opiniões da turma antes das aulas. É possível ainda encorajar a classe a entrar em contato com especialistas de diferentes áreas do conhecimento por meio de seus perfis públicos na rede.
O que você precisa saber: O recurso de criação de listas (veja um tutorial) é valioso. Com ele, você pode controlar quais postagens vão diretamente para seus alunos e os conteúdos pessoais a que eles não terão acesso.
Cuidados ao usar: São muitos. Primeiro, a idade mínima para ter um perfil no Facebook é 13 anos. Segundo, é importante considerar que não é possível restringir a interação dos alunos apenas aos professores e colegas ou grupos criados exclusivamente para fins educativos. Por esse motivo, especialistas em tecnologia da Educação recomendam a utilização de ambientes colaborativos específicos para a Educação.
Ferramentas similares: ThinkQuest, Moodle, Edmodo e Google Classroom. Todas elas são plataformas para o gerenciamento de aprendizagem (em inglês, Learning Management Systems, LMS).



3. Wordpress

Potencial de uso em aula: Alto.
O que trouxe de novo: A possibilidade de criar blogs com o wordpress.com coloca a linguagem em seu contexto real de uso, o que provoca a reflexão sobre a relevância do conteúdo produzido, seu leitor presumido e a qualidade final. Utilizado em contextos de produção individual ou coletiva, o blog desperta o sentimento de autoria.
O que você precisa saber: Como a ferrramenta é intuitiva, lançar um blog não exige conhecimento de informática. Mas, antes de pedir que a turma coloque uma página no ar, é importante fazer um planejamento: saber qual será a função do blog, que tipo de conteúdo será postado nele e quem serão os responsáveis pelas postagens, assim como regras de comportamento online.
Cuidados ao usar Usar o blog apenas como repositório de fotos ou portfólio é subaproveitar o instrumento.
Ferramenta similar: Blogger.



4. Instagram

Potencial de uso em aula: Baixo.
O que trouxe de novo: Famosa pelas famigeradas selfies e pelas fotos de refeições, a rede social de imagens, disponível para iOS e Android, tem uso reduzido em sala. Em Arte, é possível ampliar o repertório da turma apresentando obras de artistas contemporâneos que tenham perfil na rede. Em Língua Portuguesa, permite trabalhar a produção de legendas. Mas as sugestões poderiam ser desenvolvidas utilizando outros recursos.
O que você precisa: saber Para tornar as fotos localizáveis, elas precisam estar associadas a palavras-chave com #, a famosa hashtag.
Cuidados ao usar Lembre-se de que se trata de uma rede social e que nem todos podem concordar em ter suas imagens expostas. A idade mínima para a utilização da plataforma é de 13 anos.
Ferramenta similar: Snapseed (para celulares iOS e para aparelhos Android).



 5. Word

Potencial de uso em aula: Alto.
O que trouxe de novo: Em todos os segmentos de ensino, o uso dos editores de texto pode proporcionar ganhos significativos para aquisição e desenvolvimento das competências de escrita. Nas turmas de alfabetização, em que os alunos ainda estão aprendendo sobre o funcionamento do sistema, ao sublinhar em vermelho uma palavra grafada de maneira não convencional, o corretor ortográfico ajuda os pequenos a se interrogar sobre a grafia correta. Com alunos mais velhos, é possível discutir problemas de pontuação e concordância indicados pela presença do grifo verde, e tornar o processo de edição e revisão mais eficiente. "Para o escritor, o uso das ferramentas de recortar e colar é a melhor invenção desde o lápis e a borracha", afirma a formadora Denise Guilherme. A mobilidade no manejo dos parágrafos deixa o escritor livre para experimentar. Também merece destaque a possibilidade de salvar versões do texto, para que os alunos comparem a evolução da escrita e percebam que sua construção envolve diversas etapas, do planejamento à revisão. Uma dica é guardar as versões numerando-as. Também é útil a ferramenta de comentários, que sugere adequações sem intervenção direta no material (veja um tutorial).
O que você precisa saber: Vale ter familiaridade com as funções básicas do software, como habilitar e desabilitar o corretor ortográfico, salvar diferentes versões e fazer notas de revisão.
Cuidados ao usar: Há pouco sentido em pedir para os alunos atuarem como copistas ao digitar no computador um texto cuja produção foi inteiramente realizada no papel.
Ferramentas similares: LibreOffice e Google Docs.

Um texto comentado e revisado

A turma do 4º ano estava mergulhada na leitura de contos de suspense de autores como Stella Carr e Marcos Rey e tinha uma missão pela frente: produzir, em dupla, um texto do gênero. Como é comum aos escritores de hoje, os pequenos da classe de Daniela Venturi, da Escola Santi, em São Paulo, teclaram o texto direto no computador, sem passar pelo papel. Parece algo trivial, mas a maioria das escolas ainda faz a turma escrever primeiro no caderno. "Do ponto de vista da aprendizagem, não há necessidade. Não podemos ignorar que as telas passaram a ser as novas superfícies de escrita", afirma Beatriz Gouveia, coordenadora de projetos do Instituto Avisa Lá. Concluída a primeira versão, Daniela apresentou as ferramentas de revisão do Word. A meninada aprendeu a inserir comentários e a responder aos deixados pela professora. Por meio de observações, Daniela incentivou a reflexão sobre os elementos fundamentais de um conto bem escrito: começo, cenário, personagens, espaço e conclusão. "Com base nas minhas sugestões, os alunos já realizavam as mudanças, utilizando a opção de marcas de revisão evidentes." O corretor ortográfico também entrou em cena. Uma primeira providência foi explicar o que significavam os sublinhados de diferentes cores, pois a turma ainda não havia atentado para essa função da ferramenta. "Explico que o corretor não pega tudo. Ficam de fora, por exemplo, palavras com o mesmo som, mas escritas de maneira diferente, como concerto e conserto. Por isso, a releitura é indispensável", finaliza.



6. Powerpoint

Potencial de uso em aula: Médio.
O que trouxe de novo: Sucessora da cartolina e das transparências, a apresentação digital supera suas irmãs mais velhas nos quesitos interatividade e praticidade. É um recurso interessante para sistematizar os achados de uma pesquisa.
O que você precisa saber: O fundamental é trabalhar o gênero expressão oral - ou seja, ensinar a fazer apresentações. Como material de apoio à fala, os slides devem funcionar como um roteiro conceitual, contendo somente as ideias-chave que serão desenvolvidas. A organização dos slides deve levar em conta a hierarquia das ideias e seus desdobramentos para a definição de um esquema de apresentação (confira dicas).
Cuidados ao usar: Muitas vezes, as apresentações são marcadas pela enfadonha leitura de lâminas e mais lâminas sobrecarregadas de texto. "A escola parte do pressuposto de que o aluno já sabe fazer seminários, o que raramente é verdade", comenta a formadora Denise Guilherme.
Ferramentas similares: Prezi e SlideShare.



7. Twitter

Potencial de uso em aula: Baixo.
O que trouxe de novo: A principal característica da comunicação por meio microblog twitter.com é a agilidade. O limite de 140 caracteres por postagem pode ser um bom mote para explorar a produção de sínteses ou trabalhar gêneros como o microconto e o haicai. Outra atividade interessante é analisar como diferentes personalidades exercitam a concisão da escrita para se expressar por meio desse canal. Ou comparar a cobertura de um mesmo evento pelo perfil dos diferentes atores envolvidos - por exemplo, as manifestações pelo olhar da grande imprensa e dos veículos alternativos (mais utilizações).
O que você precisa saber: O mais importante é ter clareza dos objetivos do microblog (compartilhar indicações de leitura e comunicações rápidas). É útil também saber usar as hashtags para indexar posts e fazer pesquisas e utilizar os encurtadores de links para o compartilhamento ser eficiente.
Cuidados ao usar: O Twitter é inadequado para tirar dúvidas ou discutir em profundidade. Como explicar bem um conteúdo em 140 caracteres?
Ferramenta similar: FriendFeed.



8. Google Maps

Potencial de uso em aula: Alto.
O que trouxe de novo: A plataforma maps.google.com.br agrega serviços que ajudam no trabalho de alfabetização geográfica. É possível abordar conteúdos como toponímia, coordenadas geográficas e convenções cartográficas. Alternando as modalidades de exibição entre mapa, imagens de satélite e visão de rua, a correlação entre a representação cartográfica e a vida real fica mais palpável (plano de aula). Serviços como o mapa de trânsito e a função terreno mostram as diferentes utilidades dos mapas.
O que você precisa saber: O Google Maps utiliza vários satélites, cada um com um nível diferente de detalhamento e representação gráfica das informações coletadas. Nem todas as imagens possuem a mesma definição, o que impacta na escolha das regiões e temas a ser estudados.
Cuidados ao usar: É recomendável abordar a história da cartografia para mostrar como os mapas evoluíram com as tecnologias digitais.
Ferramentas similares Mapas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da agência espacial americana, a Nasa.



9. Geogebra

Potencial de uso em aula: Alto.
O que trouxe de novo: Sua principal característica é permitir entender conceitos matemáticos de maneira dinâmica (baixe aqui). É possível explorar conteúdos da geometria, da álgebra, da estatística e da trigonometria de maneira mais ágil e intuitiva do que seria realizado com lápis e papel. Um bom exemplo é a propriedade da soma dos ângulos internos dos triângulos. A regra diz que o resultado dá sempre 180 graus. Para inferir essa característica com o uso dos materiais tradicionais, o aluno seria obrigado a construir diferentes triângulos para depois realizar os cálculos. Com o software, basta fazer uma figura e alterá-la de modo que seus ângulos internos se modifiquem. Com menos trabalho braçal, a turma experimenta mais para chegar à conclusão.
O que você precisa saber: O bom aproveitamento da ferramenta passa pela capacidade de elaborar situações desafiadoras. Para que isso aconteça, é importante conhecer as funções disponíveis e praticar bastante antes de propor atividades. A internet pode ser uma aliada para encontrar fóruns de discussões, e vídeos (como este).
Cuidados ao usar: O software não deve ser visto apenas como sinônimo digital de instrumentos como a régua e o compasso. "Procedimentos de uso do Geogebra nem sempre são transferíveis para uma situação de uso de lápis e papel e vice- versa", afirma Saddo Ag Almouloud, coordenador do Programa de Estudos Pós-Graduados em Matemática da Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC-SP). Utilizar o programa apenas para construção de figuras geométricas, por exemplo, é um uso que não estimula a reflexão, já que boa parte do processo é automatizado, inviabilizando erros com potencial enriquecedor.
Ferramentas similares: Cabri e Euklid.

O teorema visto na prática

Para mostrar aos alunos do 8? ano do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, que a razão entre o comprimento de uma circunferência e seu diâmetro é sempre igual à constante Pi (aproximadamente 3,14), Liliana Costa poderia ter desenhado figuras no quadro. Se fizesse isso, é provável que os adolescentes aceitassem o conceito. Mas, nesse caso, todos teriam que se apoiar apenas na palavra da professora em vez de explorar e provar. "Meu objetivo era que eles compreendessem a regularidade a partir da sua aplicação, sem precisar decorá-la", conta Liliana. Usando fita métrica e barbante, a garotada mediu tampas de panela, fôrmas de bolo e até uma mesa redonda. Eles observaram que o valor da divisão entre comprimento e diâmetro nem sempre se repetia. Liliana explicou que equívocos são normais quando a ferramenta não é exata. "A pouca precisão das medições pode não contribuir para obter o valor de Pi, mas coloca os alunos para conversar sobre o tema, traz experimentação para a aula de Matemática e mostra a necessidade de utilizar instrumentos mais precisos, como o Geogebra", explica Sérgio Dantas, da Universidade Estadual do Paraná (Unespar). Então, usando um roteiro formulado pela professora, a turma desenhou no Geogebra circunferências de tamanhos variados. Dessa vez, o valor da relação era sempre Pi, tanto nas figuras maiores como nas menores. "Além de gostar da ferramenta, eles testam a regularidade e descobrem que ela é concreta", conclui a professora.



10. YouTube

Potencial de uso em aula: Alto.
O que trouxe de novo: São inúmeras as aplicações educacionais do youtube.com. Pode-se recomendar vídeos para o debate em sala, indicar referências para pesquisas ou mesmo orientar uma produção própria. Além disso, videoaulas podem servir como material de apoio para o estudo.
O que você precisa saber: A produção de vídeo requer conhecimentos específicos. Nesses casos, vale pedir a colaboração de parceiros ou identificar habilidades entre os próprios alunos.
Cuidados ao usar: O entretenimento é o grande motivador do acesso ao site. As crianças sabem disso. Privilegie vídeos relacionados aos conteúdos estudados. Além disso, é preciso indicar fontes seguras de informação e desenvolver o senso crítico para que os estudantes possam avaliar a qualidade dos diferentes materiais disponíveis.
Ferramenta similar: Vimeo.



11. Whatsapp

Potencial de uso em aula: Baixo.
O que trouxe de novo: A agilidade na troca de mensagens pelo celular pode ajudar a levar discussões para fora da sala e para esclarecer dúvidas pontuais dos alunos. É possível também utilizar o serviço de compartilhar materiais durante pesquisas de campo ou atividades extraclasse.
O que você precisa saber: É importante deixar claro quais são os objetivos das conversas e dos grupos criados. Cabe ao professor manter o foco e fazer a mediação das discussões.
Cuidados ao usar: Como o aplicativo só roda em smartphones, todos precisam ter acesso ao aparelho, o que nem sempre é a realidade. E, como as mensagens tendem a ser curtas, é melhor buscar outros meios para discussões complexas.
Ferramenta similar: Kik (para celulares iOS e para aparelhos Android).



12. Excel

Potencial de uso em aula: Alto.
O que trouxe de novo: O trabalho com gráficos é uma boa opção para familiarizar a turma com o programa. Ao explorar suas opções, eles podem perceber que existem formatos de visualização mais adequados para cada tipo de informação. É possível ainda trabalhar cálculos com números grandes, porcentagens e funções.
O que você precisa saber: É importante estudar para poder explorar as diferentes possibilidades do programa. Dificilmente você conseguirá aprender tudo de uma vez. Teste com antecedência o que dá e o que não dá certo.
Cuidados ao usar: O software deve estar atrelado à resolução de situações-problema. O uso apenas com o intuito de automatizar operações sem vistas a um objetivo maior é supérfluo.
Ferramenta similar: Google Spreadsheet.



13. Skype

Potencial de uso em aula: Médio.
O que trouxe de novo: As chamadas em vídeo são úteis no estudo de Língua Estrangeira. Uma possibilidade do skype.com em todas as disciplinas são as videoconferências com especialistas das diferentes áreas. É possível ainda propor sua utilização para trabalhar o gênero entrevista.
O que você precisa saber: Para que a videoconferência funcione, é conveniente preparar uma pauta com os temas da conversa divididos em tópicos para garantir que as trocas entre os alunos atendam aos objetivos pedagógicos.
Cuidados ao usar: O aluno deve ser o protagonista das conversas a distância. Uma chamada em que só o professor fala fará com que a turma perca o interesse. A grande potência da ferramenta é permitir ao aluno desenvolver a oralidade.
Ferramenta similar: Google Hangouts.


Texto de: Nova Escola

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Plataforma digital ensina matemática de maneira personalizada


Mais de 10.200 alunos com idade entre 6 e 14 anos da rede de ensino municipal de São José dos Campos são beneficiados com a plataforma digital Khan Academy, que ensina matemática de maneira divertida e personalizada, complementando as atividades em sala de aula.

A ferramenta é uma iniciativa da Fundação Lemann, parceira da Prefeitura que disponibiliza projetos pedagógicos e de formação aos alunos e professores da rede por meio da Secretaria de Educação e Cidadania.

Com a ferramenta, os professores podem propor atividades mais adequadas para cada aluno, de acordo com o desempenho e as dificuldades que o estudante apresenta na disciplina, acompanhando o planejamento escolar e a Matriz Curricular.

“Isso facilita e enriquece o aprendizado, pois fará com que cada aluno realmente aprenda matemática e consiga sanar suas dúvidas e evoluir de acordo com seu desempenho”, disse a professora Débora Fernandes, que utiliza a plataforma desde o início do ano na Emef Mercedes Rachid Edwards, no distrito de São Francisco Xavier.

O acesso pelos alunos é feito com login e senha individual, permitindo que o sistema gere um relatório ao professor e ao estudante sobre as atividades que são desenvolvidas online.

“É importante dar autonomia aos alunos na plataforma, permitindo que após o término das atividades propostas eles usem livremente a ferramenta fazendo uso de jogos educativos, vídeos explicativos e outros exercícios, conforme o gosto e o interesse de cada um. Isso amplia o interesse e o conhecimento”, afirmou Débora.

Aos 9 anos, Luis Felipe Silva Batalha se orgulha ao contar o que aprendeu com a plataforma. “Já estudamos geometria, aritmética e álgebra. Gosto da plataforma pois é uma maneira divertida de aprender, tem dicas que nos ajudam na resolução dos exercícios, tem jogos e a professora está sempre nos ajudando. Gosto muito de matemática e aprender assim ficou ainda melhor”, enalteceu o estudante.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Jornada ampliada





Alunos do ensino fundamental produzem vídeos em ‘stop motion’.

Um projeto da Efeti (Escola de Formação em Tempo Integral) na Emef Martha Abib Castanho, região sul de São José dos Campos, está ensinando alunos do 4º e 5º ano do ensino fundamental a transformarem lendas folclóricas e narrativas mitológicas em vídeos feitos com fotografias -- técnica conhecida como ‘stop motion’.

O projeto foi uma iniciativa do professor de Cultura e Língua Portuguesa, Celso Luiz Terezetti Filho, e hoje beneficia cerca de 60 alunos da escola com o objetivo de ampliar o interesse pela leitura com o uso da tecnologia.

“Notei que, após o início do projeto, os alunos estão lendo mais e desenvolvendo a narrativa. Além disso, aprenderam a trabalhar em equipe, a dialogar na busca por soluções e respeitar a opinião do colega, retomando o interesse pela cultura brasileira e universal”, disse o professor.

Desde o início do ano, mais de 20 vídeos foram produzidos pelos alunos. Para cada produção são criados novos cenários e personagens com uso de cartolinas, lixos recicláveis, EVA e tinta guaxe.

O trabalho artístico, as fotografias e a edição são feitas pelos próprios alunos, com orientação do professor. Para montar um vídeo em ‘stop motion’, de aproximadamente quatro minutos, são necessárias cerca de 1.200 fotos.

Aos 9 anos, a aluna Clara David Cardoso é responsável pela edição dos vídeos, junto ao professor. “Consegui unir duas coisas que gosto muito: a leitura e a ilustração. No futuro quero trabalhar com isso e já estou aprendendo várias técnicas com as aulas”, disse a estudante.

Júlio César dos Santos Neto, 10 anos, também está animado com o projeto. “Aprendi muito sobre a cultura do nosso país, as lendas e os contos. Também estou mais criativo e tenho mais contato com a tecnologia. Além disso, gosto das atividades em grupo, pois um aluno pode ajudar o outro com o que sabe e o trabalho fica mais bonito no fim”, destacou.

Efeti

Atualmente, 12 escolas de ensino fundamental de São José dos Campos oferecem a Jornada Ampliada para cerca de 2.500 alunos, de 6 a 14 anos. A Emef Jacyra Vieira Baracho conta com 225 alunos participantes do projeto.

Escolas com atendimento integral

• Emef Rosa Tomita

• Emef Jacyra Vieira Baracho

• Emef Therezinha do Menino Jesus Soares do Nascimento

• Emef Dom Pedro de Alcântara

• Emef Álvaro Gonçalves

• Emef Moacyr Benedicto de Souza

• Emef Rio Comprido

• Emef Martha Abib Castanho

• Emef Otacília Madureira

• Emef Maria Ofélia Veneziani Pedrosa

• Emef Vera Babo de Oliveira

• Emef Mercedes Rachid Edwards



8 em cada 10 crianças acessam a internet. E o que elas veem merece a atenção da escola


Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2016 mostra que a maioria usa o celular como meio para acessar conteúdos online e diz ter presenciado alguma forma de discriminação


No momento em que o mundo adulto se vê diante da polarização política acirrada por bolhas criadas pelas redes sociais, olhar para o que as crianças e adolescentes fazem na internet se torna essencial tanto para protegê-los quanto para evitar que repitam ou sejam expostos a comportamentos abusivos, posts de intolerância e conteúdo violento.

Esse raio x foi feito pela pesquisa TIC Kids Online Brasil, do Cetic.br (Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação), que tenta compreender desde 2012 como usuários com 9 a 17 anos lidam com os riscos e oportunidades da internet. Com abrangência nacional, a pesquisa feita em 2016 contempla 5.998 entrevistas, sendo 2.999 com crianças e adolescentes e 2.999 com seus pais ou responsáveis.

Os resultados mostram que cerca de oito em cada dez (82%) crianças e adolescentes nesta faixa etária usavam a internet em 2016, o que corresponde a 24,3 milhões de usuários. As desigualdades sociais também impactam a distribuição do acesso, uma vez que ainda falta ao país incluir uma parcela de 5,2 milhões de crianças e adolescentes, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste e provenientes de famílias de baixa renda. Em áreas urbanas, 86% das crianças e adolescentes estavam conectados, em áreas rurais, mas essa proporção era de 65%. Na região Sudeste, 91% das crianças e adolescentes declararam ser usuários de Internet; no Norte, apenas 69%.

Como apontado pela pesquisa TIC Educação, do próprio Cetic.br, e pelo relatório Horizon Report, feito pelo New Media Consortium, crianças e adolescentes preferem os dispositivos móveis. A TIC Kids Online Brasil registrou que 91% se conectavam à rede pelo celular em 2016, único meio em que a diferença entre as classes sociais se dissipa.


Riscos Online

Se mais crianças e adolescentes estão conectados, a chance de exposição a conteúdo impróprio também aumenta e isso coloca familiares, educadores e responsáveis por políticas públicas em alerta. A pesquisa mostrou que, em 2016, 41% dos usuários de 9 a 17 anos (e na maioria meninas) declararam ter visto alguma forma de discriminação. Dentro deste recorte, a maior parte diz ter testemunhado discriminação pela cor (24%), pela aparência física (16%) ou por alguém que gostava de pessoas do mesmo sexo (13%). Também são relevantes os casos de preconceito pela religião (10%) ou simplesmente por alguém ser pobre (8%).

Uma vez online, as crianças também são alvo de publicidade de brinquedos e outros itens de consumo, o que provoca a necessidade do debate sobre promoção proteção de direitos. Cerca de 48% das crianças e jovens entre 11 e 17 anos buscaram informações sobre marcas e produtos (alta de 19 pontos porcentuais desde 2013).

Outro ponto é que 7 em cada 10 crianças acessam a rede com a supervisão de pais ou responsáveis. Geralmente, crianças cujos pais têm escolaridade mais alta e que estão nas classes A e B se sentem mais protegidas.

No artigo “Mediação do acesso de crianças à comunicação mercadológica”, as pesquisadoras Inês Sílvia Vitorino Sampaio e Andréa Pinheiro Paiva Cavalcante mencionam que, salvo em casos pontuais, as crianças não colocam a escola como um espaço de reflexão e crítica sobre publicidade online. Esta argumentação está presente na pesquisa Publicidade Infantil em Tempos de Convergência, conduzida por meio de uma parceria entre o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) e o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística – Ibope Inteligência, em atendimento a uma demanda do Ministério da Justiça.

Segundo as autoras, a origem do problema estaria em uma falha coletiva. “A regulamentação da comunicação mercadológica no Brasil é uma temática praticamente ausente na comunicação midiática. Não surpreende, portanto, o desconhecimento dos pais acerca dessa questão. Na medida em que o assunto também permanece como uma temática lacunar em escolas, ele mantém-se como um tópico desconhecido pelas crianças ouvidas na presente investigação”, diz o texto.



Postagem feita por Vinícius de Oliveira, blog PORVIR